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30 Abril 2025

ENTREVISTA: Rita Almeida distinguida com Prémio TERMIS SYIS-EU 2025 Impact Award

ENTREVISTA: Rita Almeida distinguida com Prémio TERMIS SYIS-EU 2025 Impact Award

Rita Sobreiro-Almeida, investigadora do CICECO e membro do COMPASS e do Departamento de Química, foi destacada como uma mente brilhante a marcar a diferença na área da engenharia de tecidos e medicina regenerativa!

A investigadora foi distinguida com o prémio TERMIS SYIS-EU 2025 Impact Award — uma honra que reconhece jovens investigadores cujo trabalho gera um impacto científico e/ou societal significativo na área.

A sua investigação, intitulada "Leveraging Blood Components for 3D Printing Applications Through Programmable Ink Engineering Approaches", pode ser lida aqui, e o vídeo de apresentação pode ser visto aqui.

Rita Sobreiro-Almeida partilhou esta experiência connosco numa entrevista especial:


O que é o prémio TERMIS SYIS-EU 2025 Impact Award?
TERMIS-SYIS significa Tissue Engineering and Regenerative Medicine Society – Student and Young Investigator Section. É a maior comunidade internacional dedicada à engenharia de tecidos, reunindo alguns dos melhores cientistas da área. O objetivo do prémio TERMIS-EU Impact Award é reconhecer e premiar o impacto científico e/ou societal da investigação em TERM por jovens investigadores na Europa. A chamada estava aberta a investigação tanto fundamental como aplicada, e o impacto foi avaliado ao nível de publicações individuais, garantindo que cada contribuição fosse valorizada pelo seu próprio mérito — e não com base em métricas de revistas. Assim, este é um reconhecimento de impacto real, e não apenas um prémio de "fator de impacto".


Como foi a experiência de criar o conteúdo?
Foi, no mínimo, desafiante! Olhar para o nosso conteúdo científico pela perspetiva do impacto societal potencial — e não apenas como ciência incremental — obriga-nos a sair da bolha em que vivemos diariamente. Além disso, nunca tinha feito um vídeo a explicar a minha ciência de forma mais simples, o que acabou por ser uma experiência divertida. Forçou-me a usar expressões mais apelativas e vocabulário mais acessível. Na edição do vídeo, contei com a ajuda de um dos meus alunos, que tem bastante talento nessa área e me deu dicas sobre iluminação e gravação de som!


Qual a importância deste tipo de iniciativas?
Estas iniciativas são muito importantes para dar visibilidade ao trabalho de jovens cientistas na área. Trata-se de um prémio altamente reconhecido a nível internacional, que dá visibilidade não só à investigação e aos seus autores, mas também aos centros de investigação onde foi desenvolvida. Além disso, como é medido em termos de impacto real, e não pelo fator de impacto da revista, desvia o foco das métricas científicas tradicionais e destaca o verdadeiro valor do trabalho. Na minha opinião, estas iniciativas ajudam a reduzir a nossa dependência dos "números científicos" (número de artigos, índice h, fator de impacto, etc.), algo que está a diminuir lentamente na Europa, mas que ainda prevalece bastante em Portugal.


Que conselhos daria a outros investigadores que queiram concorrer em futuras edições?
É simples: façam as perguntas certas! Em vez de perguntar: “Quantos artigos posso publicar com esta ideia?”, perguntem: “Como é que este produto/ideia poderá um dia chegar às pessoas?”, “Quem e como poderá beneficiar desta ideia?”, “Como é que isto pode ajudar a sociedade?” Mesmo que esse futuro pareça utópico hoje, nunca sabemos o que poderá acontecer! Por isso, deixem a vossa mente explorar futuros incertos! Outro conselho importante: candidatem-se! Se não se candidatarem, então aí sim, não ganham de certeza…


Quais foram os maiores aprendizados desta experiência?
Na ciência, duvidamos muitas vezes de nós próprios, e o síndrome do impostor aparece. Começamos a questionar se somos suficientemente bons, se a nossa ciência é suficientemente boa, se algum dia teremos impacto, ou se a nossa forma de fazer ciência poderá inspirar alguém. O maior ensinamento desta experiência foi exatamente esse: não devo desistir de mim, nem daquilo em que acredito — porque pelo menos um grupo de pessoas olhou para o meu (nosso) trabalho e achou que teve impacto.
Não há nada mais gratificante do que isso.

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