
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA), integrada no Laboratório Associado CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro desenvolveu uma tecnologia inovadora para a reciclagem de poliamidas, plástico amplamente utilizado na indústria. O trabalho foi desenvolvido na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e no Departamento de Química (DQ) da UA, e já resultou num pedido nacional de patente para proteger a tecnologia.
A poliamida é usada, por exemplo, na fabricação de carpetes, calçado desportivo, cordas para alpinismo, tecidos, vedantes e componentes para automóvel.
A equipa que desenvolveu o método é composta por Artur Ferreira e Ana Timmons, respetivamente, professores da ESTGA e do DQ, bem como pelos investigadores Nuno Gama e Bruno Godinho. Segundo Artur Ferreira, o método oferece uma alternativa ambientalmente mais sustentável e eficiente aos processos de reciclagem convencionais. "O método que desenvolvemos permite reciclar poliamidas de forma mais simples, eliminando a necessidade de condições extremas, como altas pressões, ou o uso de reagentes que podem ser agressivos para o ambiente em concentrações elevadas que são frequentemente usados nas abordagens tradicionais. Além disso, o produto obtido não requer purificação ou separação adicional, podendo ser reutilizado diretamente na produção de novos materiais", explica o investigador.
A nova abordagem é baseada em reações de acidólise, produzindo um líquido viscoso semelhante aos monómeros originais das poliamidas. Isso possibilita a fabricação de novos materiais com propriedades equivalentes às dos produtos derivados de matérias-primas virgens. O método, já validado em escala laboratorial, está atualmente em fase de escala industrial, com o objetivo de produzir poliamidas recicladas para aplicações semelhantes às iniciais.
Com foco na circularidade e sustentabilidade, a tecnologia apresenta-se como uma solução que contribui significativamente para a redução de resíduos plásticos, minimizando o envio de materiais para aterros ou incineração. Além disso, esta inovação posiciona a UA como referência no desenvolvimento de soluções tecnológicas para os desafios ambientais contemporâneos.
O pedido de patente nacional foi submetido pela UACOOPERA, unidade da UA responsável pela proteção dos resultados de I&D, empreendedorismo e cooperação com o setor empresarial, prevendo-se que a proteção da invenção possa ser futuramente estendida a outros territórios.
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