quimica das coisas

 

Há cores que associamos naturalmente às 4 estações do ano: o colorido das flores na primavera, o castanho no inverno, o azul do céu no verão. Mas hoje vamos falar da química das cores do outono!

No outono, as folhas das árvores abandonam o verde e brindam-nos com uma bela paleta de amarelos e castanhos, a que se juntam tons laranja, vermelho e roxo. E a química explica porquê!

A cor verde das folhas deve-se ao pigmento clorofila. As moléculas de clorofila absorvem a luz do sol na região do vermelho e do azul e, portanto, a luz refletida pelas folhas tem falta destes dois tons e vemo-la apenas como verde!

A clorofila não é uma molécula estável e tem de ser continuamente sintetizada pelas plantas, o que exige sol e calor.

Com o outono, chegam os dias de frio e de pouca luz. E qual é a consequência disto?

Nas plantas de folha caduca a produção de clorofila para e o tom verde desvanece, permitindo assim que se vejam outros pigmentos também presentes nas folhas. Um destes pigmentos é o caroteno, que absorve luz na região do azul e azul-verde, refletindo-a depois como amarela. Os pigmentos de caroteno são bastante mais estáveis que a clorofila, e quando esta começa a desaparecer das folhas, são os carotenos que lhes dão a coloração amarela dourada.

No terceiro grupo de pigmentos presentes nas folhas estão as antocianinas, que absorvem a luz desde o azul até ao verde vivo. Assim, a luz refletida pelas folhas que contém antocianinas aparecem avermelhadas!

As antocianinas resultam de uma reação com os açúcares das células vegetais. A acumulação progressiva de açúcar leva à síntese de antocianinas no final do verão, criando assim os tons avermelhados das folhas de outono.

E mais uma curiosidade: este grupo de pigmentos é também responsável pela cor das rosas, das uvas pretas e dos chamados frutos vermelhos!

De facto, a paleta de cores do outono é muito dependente do estado do tempo. As baixas temperaturas e a fraca luz do sol destroem a clorofila ao mesmo tempo que promovem a formação de antocianinas, que por sua vez também depende da concentração de açúcares nas folhas, a qual aumenta com o tempo seco.

Por outras palavras, as cores mais brilhantes de outono são obtidas com dias secos e ensolarados seguidos de noites frias!

E assim mostrámos como a beleza do outono é também a beleza da Química!