Mara Freire, investigadora do Departamento de Química (DQ) e do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro da Universidade de Aveiro (UA), recebeu hoje o prémio Professor Almiro e Castro. O prémio pretende distinguir o mérito científico de um docente ou investigador de nacionalidade portuguesa, com idade inferior a 45 anos, cujo trabalho dos últimos três anos se tenha destacado nas áreas das Engenharias Química e Biológica.
O prémio foi instituído em 2014, pela PARALAB – Equipamentos Industriais e de Laboratório, SA, e a sua periodicidade é trianual. O evento encerra a International Chemical and Biological Engineering Conference que, este ano, decorre em Bragança de 12 a 15 de setembro. A primeira edição, em 2014, contou com a atribuição do prémio a João Coutinho, atual diretor do CICECO .
Coordenadora do grupo 5 do CICECO - Biomimetic, biological and living materials, Mara Freire partilha que o facto do vencedor do Prémio em áreas de engenharia ter sido uma mulher é um exemplo de que o cenário de investigação nas STEAM está a mudar, e que as mulheres estão numa fase ascendente e importantíssima no desenvolvimento de conhecimento e tecnologia. “Seguir a carreira de investigação é para quem não gosta de monotonia e vibra com a descoberta. Trabalhar em prole da sociedade é uma grande motivação”, afirma, sem qualquer conflito.
A segunda investigadora do CICECO, e primeira mulher, a receber este prémio, sublinha que a sua eleição em particular acaba por ser um reconhecimento dos esforços investidos na última década em criar uma nova linha de investigação no CICECO e na UA, nomeadamente no desenvolvimento de novos processos de biofabrico de biofármacos, e que tem vindo a ganhar dimensão nos últimos anos. A seleção de Mara Freire teve por base as publicações científicas do triénio de 2020 a 2022, mas estas são o espelho de um trabalho contínuo. A investigadora destaca a importância do trabalho em equipa, e agradece a todos os elementos da sua equipa, aos seus mentores e orientadores de doutoramento e a todos os seus colaboradores. Detentora de uma carreira já consolidada e marcada por vários prémios, Mara Freire agradece também o atual reconhecimento que muito a lisonjeia.
A linha de investigação em biofármacos nasceu após a investigadora captar financiamento através do seu primeiro projeto financiado pelo European Research Council (ERC), que permitiu construir infraestruturas adequadas no CICECO e na UA e desenvolver um processo low-cost e eficiente para purificar anticorpos a partir da gema de ovo. Este processo encontra-se patenteado e licenciado à RYAPURTECH, uma spin-off da UA. A investigadora, posteriormente conseguiu uma segunda bolsa do ERC e fundos nacionais para provar a atividade biológica dos anticorpos purificados, assim como para realizar alguns ensaios in vivo em modelos animais. Mara Freire e a sua equipa trabalham agora na captura de financiamento para terminar os ensaios in vivo necessários para poderem avançar com os ensaios clínicos em humanos.
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