O projeto ECOGRÉS+NG, liderado na Universidade de Aveiro pela professora Paula Seabra, do CICECO – Aveiro Institute of Materials e do DEMAC – Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica da Universidade de Aveiro, terminou em fevereiro de 2021 e deu origem à linha de produtos Ecogrés. Para  validar o conceito de economia circular na indústria de louça utilitária investigou-se e desenvolveu-se a pasta grés, resultante de incorporação de resíduos e subprodutos industriais gerados no processo produtivo da Grestel, e de empresas de outros setores. O sucesso comercial alcançado – 900 mil euros de volume de vendas em 2021 – levou ao reforço do investimento na linha Ecogrés, e à construção de uma nova unidade fabril com 14.000 m2.

A  infraestrutura foi inaugurada no passado dia 25 de outubro, pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e contou com a presença do Presidente da Câmara de Ílhavo, João Campolargo. O evento, foi destaque na atualidade nacional, destacou a Ecogres - a fábrica de cerâmicas ecológicas do grupo Costa Nova - como um exemplo de sustentabilidade e incentivo à economia com a criação de 150 postos de trabalho.

Ao Jornal Expresso, o fundador e presidente executivo do grupo Costa Nova Miguel Casal referiu que a fábrica, especializada em produzir louça com matérias primas recicladas, é “uma das fábricas de grés fino mais sustentáveis do mundo” e que as indústrias que podem ajudar a nova unidade a criar a sua própria matéria-prima são várias e continuam a poder ser alargadas. Contudo, salientou que devem permanecer confidenciais, para salvaguardar a fórmula encontrada durante o processo de investigação, realizado em colaboração com a equipa da Universidade de Aveiro. A propósito do processo científico associado à tecnologia, a responsável pelo ECOGRÉS+NG na Universidade de Aveiro, Paula Seabra, prestou declarações à SIC, onde explicou o processo por detrás do projeto que coleciona vários prémios de sustentabilidade.

A investigadora do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro destaca que na universidade há equipamento que a indústria não tem e que é fundamental para a investigação. A também docente do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica explica que em ambiente universitário é possível “fazer o estudo do que acontece quando introduzimos resíduos numa pasta, manipular as quantidades introduzidas e, consequentemente, a composição da pasta que incorpora os resíduos, de modo a obter produtos com as características estéticas e técnicas pretendidas. Compreender a ciência de materiais que suporta a tecnologia é muito importante para depois fazer o scale up das soluções”. Chegar a um produto novo é muito gratificante, salienta Paula Seabra, uma vez que é algo que acaba por não acontecer com muita frequência.

Os eventos dos últimos dias são o culminar de uma candidatura a projetos de co-promoção que surgiu em 2020, e de uma proposta de mestrado desenvolvida por uma aluna na Grestel. O projeto foi dividido em duas partes, passando, inicialmente, pela incorporação e valorização dos resíduos da própria Grestel e, numa segunda fase, pela incorporação de resíduos de outras empresas.

Os projetos de investigação aplicada, de que ECOGRÉS+NG é um exemplo paradigmático permitem alcançar  um conhecimento mais aprofundado e fundamental dos processos tecnológicos desenvolvidos, embora, em geral,  não possibilitem  a publicação dos resultados da investigação em revistas de elevado fator de impacto onde a investigação mais fundamental tem mais espaço. A investigadora destaca, no entanto, que ambos os tipos de investigação são necessários no ambiente académico.

Destaque nos media:

Destaque nos media:

1. Jornal de Notícias (JN)
2. SIC Notícias
3. Expresso

Apresentação Grestel: