Sensor inovador para deteção rápida de L-asparagina tem a assinatura do CICECO
Ana Paula Tavares, Mara Freire, Márcia Neves e João C.F. Nunes, investigadores do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química, desenvolveram um sensor colorimétrico simples e económico, capaz de detetar visualmente a presença e a concentração de L-asparagina em soluções aquosas, sem necessidade de equipamentos laboratoriais sofisticados.Ana Paula Tavares, Mara Freire, Márcia Neves e João C.F. Nunes, investigadores do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química, desenvolveram um sensor colorimétrico simples e económico, capaz de detetar visualmente a presença e a concentração de L-asparagina em soluções aquosas, sem necessidade de equipamentos laboratoriais sofisticados. A L-asparagina é um aminoácido presente no corpo humano e em alimentos de origem vegetal, particularmente aqueles ricos em amido, como as batatas e os cereais. A sua quantificação é essencial em contextos laboratoriais e clínicos.
Este sensor representa uma alternativa prática às técnicas convencionais, habitualmente complexas, demoradas e dispendiosas.
A L-asparagina está presente no organismo humano e em alimentos vegetais ricos em amido. No setor da saúde, a monitorização dos seus níveis está associada ao acompanhamento de doentes com leucemia linfoblástica aguda. Já na indústria alimentar, o controlo da sua presença é fundamental para prevenir a formação de acrilamida — uma substância potencialmente cancerígena que se forma durante a confeção de certos alimentos a temperaturas superiores a 100 °C.
A tecnologia consiste num material sensorial que muda de cor consoante a quantidade de L-asparagina presente na solução. A leitura da concentração pode ser feita de forma imediata, apenas pela observação da alteração de cor, sem necessidade de equipamentos laboratoriais. Pela sua simplicidade, portabilidade e baixo custo, esta inovação abre caminho à sua aplicação em diversos contextos, desde laboratórios de investigação a fábricas e unidades hospitalares.
Este desenvolvimento surgiu no âmbito do projeto “NanoPurAsp – Development of sustainable nanomaterials for the purification of antileukemic drugs”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo programa POCI. Contou também com o apoio do projeto UI-TRANSFER, que visa promover a valorização e transferência do conhecimento científico. Este apoio permitiu à equipa realizar testes de prova de conceito e preparar a tecnologia para futuras aplicações no mercado.
O potencial da invenção foi reconhecido internacionalmente, tendo o Instituto Europeu de Patentes emitido um aviso de intenção de concessão da patente. A Universidade de Aveiro já garantiu a validação da patente no âmbito do sistema unitário europeu, assegurando a proteção da tecnologia em vários países da União Europeia.
Esta inovação destaca-se como uma ferramenta útil, versátil e sustentável, com potencial para ter um impacto significativo em múltiplos setores, promovendo a saúde pública e a segurança alimentar de forma simples, rápida e eficiente.
(Foto: da esquerda para a direita: Ana Paula Tavares, Mara Freire, João C.F. Nunes e Márcia Neves)