
Fazem parte deste consórcio internacional liderado pela UA, as universidades de Leeds (Inglaterra), Duisburg-Essen (Alemanha), University College Dublin (Irlanda), a University College Cork (Irlanda), o Laboratório Nacional de Física (Inglaterra) e as empresas Robert Bosch (Alemanha) e Nanotec Electronica (Espanha).
Assim, encontram-se neste momento 12 alunos em doutoramentos nas universidades do consórcio, dois em cada uma, efetuando períodos de mobilidade nas restantes universidades do projeto. “Os alunos recebem uma bolsa de estudos por três anos e têm obrigatoriedade de circular entre as universidades”, explicou Andrei Kholkin, acrescentando: “Este programa funciona um pouco como o Erasmus: os alunos têm uma universidade “mãe” e depois circulam pelas restantes universidades do consórcio”.
Este projeto inclui ainda a organização de cinco workshops. Recentemente decorreu um em Oak Ridge, EUA, “o primeiro laboratório nos EUA a desenvolver a técnica que estamos a utilizar no nosso consórcio”, explicou o investigador. “Foi muito importante reunir lá todos os estudantes para verem como esta ciência é feita porque este laboratório nacional é o melhor local para isso”, frisou.
Outra das obrigações deste projeto é seguir a atividade dos alunos depois de finalizarem os seus doutoramentos, “porque um dos objetivos é a empregabilidade em trabalhos de alta qualificação”. “A Comissão Europeia analisa cada bolsa atribuída aos doutorandos em termos de avanços no projeto e de futuro emprego dos alunos”, enunciou o responsável.
A nível empresarial, um dos principais parceiros é a Bosch uma vez que o método que está a ser desenvolvido por este consórcio pode ser aplicado em baterias de lítio produzidas pela multinacional Alemã. “E um dos nossos projetos em conjunto com a Bosch pretende estudar os mecanismos principais dos danos/deterioração das baterias de lítio pelo seu funcionamento. Por exemplo, pretendemos compreender porque é que as baterias dos nossos computadores portáteis duram menos tempo do que o desejado”, esclareceu Andrei Kholkin.
Um projeto inovador
Andrei Kholkin e outros colegas investigadores começaram a debruçar-se sobre as medições nanoeletromecânicas há 11 anos atrás. “Quando começámos, e com o avançar das pesquisas, surgiram alguns problemas com esta nova técnica. Esta era uma área completamente nova e era necessária educação”, elucidou. Assim, a ideia para este projeto surgiu da necessidade de dar educação e formação nesta área. “Tivemos a ideia de criar um grupo de peritos internacionais em nanoeletromecânica, de modo a ensinar alunos de doutoramento ou pós doutoramento a usar esta técnica na indústria, na ciência, e na tecnologia”. Não sendo possível fazer isto apenas numa universidade, agregaram-se várias num consórcio.
Depois de surgir a ideia, o passo seguinte foi apresentar uma candidatura à CE, que foi aprovada.
De acordo com Andrei Kholkin, “as novas ferramentas de caracterização nanoelectromecânica baseadas em Microscopia da Zonda de Varrimento (MZV), por exemplo, Microscopia da Força Piezoelétrica, e as suas combinações com as técnicas MZV mais tradicionais, são importantes para os estudos emergentes de materiais e dispositivos multifuncionais”.
Isso levou recentemente a um progresso substancial no desenvolvimento de novos materiais multiferróicos, biopiezoelétricos e materiais de baterias (na sua maioria nos EUA). Como resultado, muitas empresas fabricantes de MZV estão a introduzir estas técnicas nos seus pacotes de instrumentos.
Esta área emergente de nanoeletromecânica necessita de uma ação coordenada ao nível Europeu, uma vez que o progresso nesta área depende muito da educação e disseminação das melhores práticas para uma série de materiais funcionais. Este projeto multidisciplinar coordenado pela UA encontra-se na primeira linha dessa ação.
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