Com base nos avanços tecnológicos alcançados com a bolsa avançada do ERC ATLAS, João F. Mano e a sua equipa vão receber 150 mil euros para desenvolver uma nova família de biotintas à base de proteínas de origem humana, derivadas de frações do sangue ou tecidos placentários.
O projeto, intitulado HumanINK - Human based bioinks to engineer physiologically relevant tissues, será co-orientado por Catarina Custódio, que também estará envolvida na validação e exploração comercial destes produtos através da empresa Metatissue, uma spin-off da Universidade de Aveiro.
As técnicas de bioimpressão, que integram a impressão 3D com a engenharia de tecidos, e que utilizam células vivas encapsuladas em biomateriais como biotintas, estão a potenciar a criação de muitas soluções inovadoras para os principais desafios biomédicos e de saúde, e anunciam novas fronteiras nas indústrias médica, farmacêutica e alimentar.
O projeto HumanINK visa validar biotintas de base humana para produzir estruturas de arquitetura controlada com hidrogéis apresentando biofuncionalidades sem precedentes; o objetivo será cultivar células em ambientes tridimensionais que recapitulam o microambiente nativo de uma variedade de tecidos e órgãos humanos.
Estas soluções de bioengenharia podem sem aplicadas no desenvolvimento de modelos de doenças, para entender os mecanismos da doença, selecionar fármacos mais eficientes ou testar outros tratamentos. Espera-se que a tecnologia seja posteriormente traduzível em terapias baseadas em medicina regenerativa.