Investigadores do CICECO, Universidade de Aveiro (UA) desenvolveram um dispositivo MicroElectromecânico para aplicações biomédicas, vocacionado para a promoção do crescimento ósseo, através da utilização de um substrato metálico biocompatível, revestido com uma camada eletricamente funcionalizada. O trabalho envolveu ainda o método de produção respetivo. A patente em território europeu já foi concedida.
Os metais biomédicos são vulgarmente usados como elementos de suporte e fixação óssea devido, particularmente, às suas notáveis propriedades mecânicas. No entanto, a sua fraca bioatividade e consequente baixa osteointegração (ancoragem funcional no tecido ósseo natural), tem motivado investigações e desenvolvimentos nestes substratos para os dotar com diferentes funções biológicas. Têm surgido diversos tipos de modificação da superfície dos implantes metálicos, como estratégias promissoras para a melhoria da osteointegração e resistência dos implantes à corrosão, embora existam ainda limitações.
O grupo de investigação do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, liderado por Paula Vilarinho, professora do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC), em colaboração com Maria Helena Fernandes, também professora do DEMaC, Sebastian Zlotnik e Marisa Costa, desenvolveu um dispositivo MicroElectromecânico para aplicações biomédicas, vocacionado para a promoção do crescimento ósseo, através da utilização de um substrato metálico biocompatível, revestido com uma camada eletricamente funcionalizada, bem como o seu método de produção.
“Estes sistemas apresentam uma maior taxa de formação de fosfato de cálcio, uma maior capacidade de adsorção de proteínas e de adesão e proliferação celulares, promovendo uma melhor integração e regeneração do tecido ósseo hospedeiro”, explica Paula Vilarinho.
Dispositivos que promovem a regeneração óssea
Esta tecnologia, agora patenteada a nível europeu, tem aplicação no âmbito da biomedicina, nomeadamente no fabrico de dispositivos BioMicroElectromecânicos destinados à promoção da regeneração do tecido ósseo, diminuindo consequentemente a taxa de rejeição, à substituição de implantes permanentes e ao crescimento biológico ex vivo (fora do organismo) e in vivo (dentro do organismo) de tecidos, entre outras.
Estes sistemas foram desenvolvidos no âmbito do projeto BioMEMs - “Advanced BioMEMs for tissue engineering: applications in hard tissue”, POCI-01-0145-FEDER-032095, tendo já sido objeto desenvolvimentos para além dos reportados na patente, assegurados pelos novos membros desta equipa de investigação: Júlio Rocha, Maxim Ivanov e Noelle Zanini.
Os primeiros ensaios in vivo foram realizados após o registo da patente nacional e conduziram a resultados muito promissores. Decorre a programação da experimentação animal mais dirigida, que permitirá prosseguir a avaliação do dispositivo médico, de acordo com a regulamentação europeia em vigor. Estes estudos estão a ser conduzidos numa estreita colaboração com Ana Colete Mauricio, professora do Departamento de Clínicas Veterinárias, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, e o seu grupo de investigação.
Esta invenção está protegida por patente europeia. Numa fase posterior ao pedido inicial, avançou-se com um pedido de patente internacional e seguidamente com a proteção no território europeu, tendo a patente europeia sido recentemente concedida. Será ainda possível estender a proteção a certos territórios europeus de interesse.
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