O sub-grupo Path do CICECO tem um novo laboratório, localizado no Parque de Ciência Criativa PCI, em Ílhavo. O novo laboratório de pesquisa em ácidos nucléicos está sob a responsabilidade da Prof. Mara Freire e do Dr. Augusto Pedro, e esta instalação foi projetada para atender às demandas únicas e à precisão necessária para estudos de ácidos nucléicos. A equipe do Path começará a mergulhar em pesquisas inovadoras a partir deste mês de março, e o Dr. Augusto Pedro fala sobre essa nova infraestrutura.

A inauguração deste laboratório é o culminar de que processo?

Em linha com a visão estratégica do grupo 5 (Biomimetic, biological and living materials) do CICECO, a inauguração deste laboratório segue-se à investigação que tem sido conduzida com o intuito de desenvolver tecnologias com elevada performance para a obtenção de produtos de origem biológica de elevada qualidade e de baixo custo. Este tipo de produtos, geralmente designados por biofármacos, caracterizam-se por serem (semi)produzidos ou extraídos a partir de fontes biológicas e apresentam elevada eficácia na terapia ou profilaxia de diversas doenças humanas. Em particular, este novo laboratório vem reforçar a aposta na melhoria das estratégias de fabrico de biofármacos de ácidos nucleicos (entre outros, ADN minicircular, ADN plasmídico e ARN mensageiro), cujo mercado se encontra em franca expansão. Prevê-se ainda que estes produtos venham a assumir um papel ainda mais relevante na medicina moderna, tal como ficou patente no combate à pandemia da COVID-19 com as vacinas de ARN mensageiro, e onde o CICECO, bem como o nosso grupo de investigação, pretendem contribuir ativamente. 2- Em que consiste em laboratório (instrumentos, localização...)? O Laboratório encontra-se sediado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCI, localizado em Ílhavo) no qual o grupo de investigação terá ao seu dispor um conjunto de infraestruturas e equipamentos de última geração destinados à manipulação, produção, purificação e caracterização analítica de ácidos nucleicos. Em geral, reuniram-se as condições que se julgam necessárias para desenvolver as atividades de investigação e desenvolvimento laboratoriais com o detalhe e a precisão que este tipo de biomoléculas exige. Se por um lado, qualquer (bio)fármaco que seja administrado em humanos tem que ser obtido com elevada pureza e atividade biológica de forma a garantir a sua eficiência terapêutica e segurança, os ácidos nucleicos apresentam geralmente uma natureza mais instável e maior propensão a degradação, o que coloca constrangimentos adicionais na sua manipulação.

3 – Quais são os objetivos do funcionamento deste novo laboratório? Quem trabalhará aqui?

A equipa atual a trabalhar neste novo laboratório dedicado a biofármacos à base de ácidos nucleicos conta com seis alunos de doutoramento (Ana isabel, Ana Sofia, Ana Filipa, Bojan Kopilovic, João Fernandes, Maria Inês) e duas alunas que se encontram a desenvolver o seu projeto de licenciatura (Filipa Domingues e Athenas de Francesco), sob a supervisão de Augusto Pedro e Mara Freire. Tal como já foi referido, o objetivo global passa por produzir biofármacos de ácidos nucleicos de baixo custo e elevada eficiência terapêutica para doenças de elevada morbilidade e mortalidade, tais como doenças neurodegenerativas, infeciosas e cancro. Com vista à prossecução deste objetivo, o trabalho que se prevê venha a ser desenvolvido focará cada uma das etapas do fabrico de biofármacos, desde a produção, a purificação até ao desenvolvimento de formulações e sistemas de entrega direcionados. Para além dos objetivos de cariz mais científico, pretende-se ainda contribuir para a formação dos estudantes de diferentes cursos da UA nesta área científica, fomentando a sua participação nas atividades de investigação em curso.

4 – Surgem novos desafios daqui para a frente com este novo espaço?

A nível científico, o grande desafio que se coloca passa, numa fase inicial, por consolidar a implementação das tecnologias convencionais de obtenção de biofármacos de ácidos nucleicos neste novo espaço. Simultaneamente, pretende-se dar seguimento ao trabalho que vem sendo realizado nos últimos anos nesta área, principalmente através do desenvolvimento de tecnologias de produção e purificação mais sustentáveis. Tal como o campus da UA, os espaços do PCI oferecem todas as comodidades e um espaço envolvente extremamente agradável, pelo que a toda a equipa está altamente motivada para desenvolver investigação nesta área de extrema relevância nos dias que correm.