Podem alguns materiais presentes no nosso dia a dia serem alterados em laboratório para absorverem da atmosfera dióxido de carbono e assim ajudar a combater as alterações climáticas? Sim! Um grupo de investigação do CICECO, Universidade de Aveiro (UA) está no encalce da modificação de materiais porosos para entender os mecanismos de captura e conversão do dióxido de carbono, um gás com efeito de estufa.
Galardoado com o Prémio Investigador UA, o grupo Specko do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro tem vindo a explorar materiais porosos baseados em sílicas ou biopolímeros, como celulose e quitina/quitosano, provenientes de resíduos da indústria da madeira e pesqueira, que se revelam capazes de capturar dióxido de carbono.
“Este prémio deixa-nos muito orgulhosos do trabalho desenvolvido até aqui e ainda mais motivados para podermos continuar a contribuir com trabalhos de elevada qualidade científica nas áreas da química de superfície e materiais adsorventes de gases. Já recebemos muito por parte da UA e estamos mais do que gratos por poder retribuir com base na qualidade da ciência que fazemos nesta instituição”, congratula-se a equipa liderada pelo investigador Luís Mafra.
A abordagem aplicada é multidisciplinar, integrando o desenvolvimento inteligente de materiais, a utilização de técnicas espectroscópicas (em particular de ressonância magnética nuclear), modelação computacional e medidas de adsorção de gases, o que permite uma caracterização detalhada dos processos de adsorção daquele gás, ao nível atómico. O conhecimento gerado promove o desenvolvimento de novos materiais porosos com propriedades melhoradas para uma remoção mais eficiente deste gás e potencial aplicação industrial.
Coordenado por Luís Mafra, o grupo é constituído por Mariana Sardo, Ildefonso Marin-Montesinos, Mirtha Lourenço e Ricardo Vieira, uma equipa multidisciplinar de investigadores com experiência nas áreas da Química, Engenharia de Materiais, Espectroscopia de RMN e Física. Para além destes investigadores, o grupo inclui atualmente um investigador convidado e 17 estudantes (6 de doutoramento, 3 de mestrado, 6 de licenciatura e 2 estágios de ERASMUS+).
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