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8 Julho 2024

João Rocha recebe medalha de mérito científico pelo Estado Português

João Rocha recebe medalha de mérito científico pelo Estado Português

  O Estado Português distinguiu o investigador do CICECO, e professor catedrático da Universidade de Aveiro, João Rocha, com a medalha de mérito científico do Ministério da Educação, Ciência e Inovação. A cerimónia deu-se no dia 4 de julho, na Alfândega do Porto, aquando do Encontro Ciência 2024.

O objetivo da premiação visa galardoar as individualidades, nacionais ou estrangeiras que, pelas suas elevadas qualidades profissionais e de cumprimentos de dever, se tenham distinguido por valiosos e excepcional contributo para o desenvolvimento da ciência ou da cultura científica em Portugal. João Rocha frisa que “evidentemente, este reconhecimento se estende ao meu grupo de investigação, presente e passado, ao CICECO e à Universidade de Aveiro”.

           Professor catedrático no Departamento de Química da Universidade de Aveiro, João Rocha é Diretor do Centro Português de Ressonância Magnética Nuclear. Fundou e dirigiu o Instituto de Materiais de Aveiro – CICECO de 2002 a 2022. Doutorou-se em 1990 pela Universide de Cambridge onde também realizou o pós-doutoramento. O investigador do CICECO interessa-se especialmente em química de nanomateriais pororos, catalisadores, materiais emissores de luz e materiais para baterias e um dos marcos da sua carreira é um dos materiais que desenvolveu. Um fármaco que é, atualmente, utilizado para tratar o excesso de potássio no sangue, disponível no mercado europeu e americano.

         A distinção, atribuida após parecer da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Agência Nacional para a cultura científica e tecnológica - Ciência Viva, já premiou, desde 2022, personalidades de várias áreas como Ana Luísa Amaral, Carlos Fiolhais, Luíza Cortesão, Walter Osswald, Alavro Siza-Vieira, príncipe Hussain Aga Khan, Manuela Veloso, João Manuel Nabeiro, Ricardo Conde ou Maria José Fernandes. João Rocha espera que dada a sua notoriedade e ampla divulgação, bem como os cientistas que o receberamo, o prémio possa também contribuir para dar mais visibilidade ao excelente trabalho realizado em Portugal nos domínios da Química e da Ciência dos Materiais.

          Em nota final, e quando questionado sobre quais os pontos mais importantes que permitem trilhar um caminho de exemplo na ciência, o diretor do recentemente inaugurado Centro Português de Ressonância Magnética enumera “paixão pela ciência, o que implica ler muito para além da área em que se trabalha; criatividade, que pode ser estimulada pela grande literatura, poesia e pelas diversas formas de expressão artística; alguma ambição pessoal e um ego moderado; capacidade de enfrentar com foco infindáveis horas de trabalho, que nem sempre são de prazer; capacidade de combinar as atividades profissionais e familiares/sociais; capacidade de identificar desafios científicos relevantes e investigá-los durante anos; capacidade de aceitar o erro e o insucesso; capacidade de escrever e comunicar em geral; contribuir de forma muito determinada e inspiradora para a formação de jovens investigadores/as, abrindo-lhes horizontes e facilitando-lhes o início da suas carreiras independentes; capacidade de sair de cena na altura certa.”

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