
Rui Miguel Novais, professor e investigador do CICECO e do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica, foi entrevistado pelo DW News, do canal público alemão Deutsche Welle, para uma reportagem sobre o papel da cortiça portuguesa como uma alternativa sustentável e versátil. Além do uso tradicional em rolhas e isolamentos, investigadores têm explorado novas aplicações para este material, que é considerado um exemplo de sustentabilidade e inovação.
Rui Miguel Novais apresentou os avanços no desenvolvimento de materiais de construção à base de cortiça: "Se utilizarmos cortiça em vez de materiais sintéticos não renováveis, conseguimos reduzir drasticamente o consumo de energia e as emissões de CO2, que podem ser até 20 vezes menores", afirmou o investigador. De destacar ainda a capacidade da cortiça como excelente isolante térmico e resistente ao fogo, características que derivam da sua evolução natural para proteger as árvores contra incêndios florestais.
O investigador defendeu a cortiça como um material eficiente e reciclável, sugerindo que pode ser uma solução para os problemas causados pelos materiais não renováveis usados atualmente: "A natureza é o melhor guia para o nosso futuro. Precisamos de aprender com os seus processos e repensar a forma como combinamos diferentes materiais para melhorar a reciclabilidade", afirmou.
Embora a procura por cortiça esteja a crescer, a reportagem mostrou que a produção enfrenta desafios significativos. A colheita da cortiça é um processo tradicional e trabalhoso, que depende de profissionais experientes e do longo ciclo de maturação das árvores, que pode levar até 40 anos. Trabalhadores como Carlos Ferreira, entrevistado pelo DW News, lamentaram a falta de novas gerações interessadas na profissão.
Apesar das dificuldades, a cortiça portuguesa continua a ser um recurso valioso, atraindo atenção mundial pelas suas múltiplas utilizações, desde rolhas até materiais usados em projetos espaciais. Como destacou o programa do DW News, este material é um símbolo de sustentabilidade e inovação, provando que boas coisas vêm para quem sabe esperar.
O vídeo com a reportagem encontra-se disponível aqui:
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