
No dia 25 de fevereiro, a Revigrés, em colaboração com a Universidade de Aveiro (UA) e o CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, realizou um Open Day coorganizado pelo IAPMEI. O evento sublinha a importância da colaboração academia-indústria na era da transformação digital e transição energética, e teve como objetivo apresentar exemplos de sucesso e práticas inovadoras na implementação de soluções tecnológicas de Indústria 6.0.
A missão passou por consolidar o papel do CICECO-UA como gerador de conhecimento e parceiro na relação Indústria-IAPMEI-REVIGRÉS e parte integrante da cadeia de valor para a transformação pela inovação industrial.
O CICECO esteve representado pela Vice-Diretora, Professora Doutora Paula M. Vilarinho, que apresentou o CICECO, salientou a relevância das relações do Instituto de Materiais de Aveiro com a indústria e apresentou a relação da UA-CICECO com a Revigrés e a sua importância no contexto atual da inovação industrial. Paula Vilarinho afirma que “a academia é agora considerada um parceiro neste processo. Pela primeira vez na história do CICECO, somos convidados para esta celebração, que são os Open Days do IAPMEI na indústria”.
A professora do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica destaca que “o CICECO pretende ser um “beacon nas relações academia-Indústria na área dos materiais”, e que esta iniciativa representa o reconhecimento absoluto, por parte de um organismo responsável, que o papel da academia é fundamental no processo de inovação no contexto europeu atual. Saliente-se que a missão do IAPMEI é promover a competitividade e o crescimento empresarial, assegurar o apoio à conceção, execução e avaliação de políticas dirigidas à atividade industrial, visando o reforço da inovação, do empreendedorismo e do investimento empresarial.
Paula Vilarinho explica que “o financiamento da Ciência em Portugal, e até na Europa, será cada vez mais relacionado com o financiamento privado, empresarial e industrial” e destaca as recomendações do Relatório Draghi sobre a competitividade europeia (consultar aqui – figura 1). “Há uma prioridade Europeia de aumentar a transição da “inovação” em “comercialização” – conclui.
Figura 1
Paula Vilarinho destaca ainda que “assim, neste enquadramento atual, sem pôr em causa a investigação fundamental, que é e será transformativa, as relações com a Indústria, nacional e internacional, são uma prioridade para o CICECO, que tem uma vice-diretoria relacionada com a cooperação”. A vice-diretora completa que “as prioridades da direção para promover estas relações com a indústria são claras e pretendem incentivar, nutrir e apoiar as relação com a indústria na sua total abrangência, através de um pacote de medidas”.
Destacam-se acções como: 1) colaborar com a industria atual, local, nacional ; 2) Fomentar e apoiar a criação de empresas; 3) Publicação de resultados de relevância “indústria” como patentes, livros brancos sobre tecnologias, artigos de opinião, 4) Ações como workshops com a indústria / para a indústria; 5) participações projectos nacionais Portugal 2030, europeus, Pathfinders, com indústria; 6) Envolvimento da indústria na Jornadas CICECO; 7) Criação do dia da indústria no CICECO, com mostras do que se faz no CICECO.
Paula Vilarinho explica que o desafio é grande, uma vez que nem toda a articulação com a Indústria se faz diretamente. A vice-diretora do CICECO explica que, por um lado, “articula-se directamente em muitos casos, e até pode ser mensurável, ou seja, há desenvolvimentos de ponta que se aplicam quase diretamente no processo e no produto, e a empresa passa a fazer melhor, diferente e ganha mercados etc.”. Contudo, existem efeitos não mensuráveis muito importantes. Por exemplo, “a mudança de mentalidade e a abertura à inovação, ao fazer diferente, ao pensar diferente, e a diminuição da aversão à mudança, é um efeito intangível e não mensurável, que não pode ser descurado.”
A parceria Revigrés-UA/CICECO serve como um exemplo inspirador de como a colaboração entre a academia e indústria pode impulsionar a inovação e a sustentabilidade. A colaboração de longa data entre a Revigrés e a UA/CICECO, que remonta à fundação da empresa em 1977, foi apresentada como um modelo de sucesso. Esta colaboração contínua ilustra como a investigação académica pode ser efetivamente traduzida em aplicações industriais, impulsionando a inovação no setor cerâmico português.
O evento de dia 25 de fevereiro sublinha o papel crucial do CICECO na geração de conhecimento científico e tecnológico, essencial para impulsionar a competitividade industrial. A apresentação no Open Day Revigrés destacou os resultados tangíveis desta parceria, demonstrando como a proximidade entre academia e indústria pode acelerar a transferência de tecnologia e a comercialização de conhecimento. O evento reforçou a necessidade de políticas que promovam a colaboração entre universidades e empresas, incentivando a criação de um ecossistema de inovação dinâmico e eficiente em Portugal, capaz de competir no cenário europeu e global.
Para Paula Vilarinho, esperam-se múltiplos resultados deste dia produtivo, como enumera: “1) O reconhecimento da nossa absoluta importância como geradores de conhecimento e como esse conhecimento, mesmo no inicio da cadeia de valor, é fundamental; 2) Mostrar à comunidade a relevância da nossa parceria também é fundamental, dando exemplo para os outros atores e para a governação de um excelente exemplo de boas práticas da relação entre a academia e a indústria; 3) Oportunidade de fazer novos contatos e mostrar a quem agora toma decisões de investimentos e regula, que há excelentes exemplos de boas práticas”.
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