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3 Novembro 2016

Efeito piroelétrico detetado em estruturas tubulares de difenilalanina

Efeito piroelétrico detetado em estruturas tubulares de difenilalanina

Muitos peptídeos e proteínas têm a capacidade de criarem longas e delgadas fibras apelidadas de fibrilas. À capacidade já conhecida, um grupo de investigadores descobriu uma forma de a aproveitar para criar estruturas tubulares de difenilalanina que possuem propriedades piroelétricas, ou seja, conseguem converter energia térmica em energia elétrica. Andrei Kholkin, investigador do CICECO/Departamento de Física da UA, é um dos autores do estudo que juntou uma equipa internacional de investigadores e que mostra que estes polímeros são biocompatíveis e em escala nanoscópica podem ter uma ampla gama de aplicações biológicas.

“Este trabalho confirmou que os péptidos auto-organizados – que têm a mesma estrutura que as famosas beta-amilóide, as proteínas responsáveis para doença de Alzheimer - têm um momento dipolo que é dependente da temperatura”, explica Andrei Kholkin. A descoberta, desvenda o investigador, “poderá ter uma implicação na génese da doença de Alzheimer e converter de forma eficiente pequenas mudanças de temperaturas no cérebro em sinais elétricos”. Os resultados poderão ainda ter uma aplicabilidade para gerir eletricidade onde a variação de temperatura é grande.

O trabalho foi publicado este mês na revista Applied Physics Letters e, para além de Andrei Kholkin, contou com a participação de um grupo de investigadores do Institute of Natural Sciences and Mathematics da Ural Federal University (Rússia) e do Department of Physics Engineering da Istanbul Technical University (Turquia):

Pyroelectric effect and polarization instability in self-assembled diphenylalanine microtubes
Esin, A. and Baturin, I. and Nikitin, T. and Vasilev, S. and Salehli, F. and Shur, V. Ya. and Kholkin, A. L., Applied Physics Letters, 109, 142902 (2016)

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