A designer de produto deu as boas vindas ao Porto Design Biennal, do Projeto MUDmatters, inserido no projecto PRIMAMATTERS, desenvolvido no âmbito da Capital da Cultura Aveiro 2027. Nesta candidatura, Irena começou a analizar quatro materiais: plástico, papel, cortiça e cerâmica. Dentro da cerâmica, Irena preparou a matéria prima em associação com o CICECO, num processo através do qual foi encontrando vários materiais cerâmicos de cacos cozidos, azulejos partidos, tijolos e outros, retirados de lixos. Depois de partidos com um martelo foram trazidos para oInstituto de Materiais de Aveiro para que fosse feito um pó muito fininho e ficar uma pasta cerâmica.
No âmbito do projeto PRIMA houve a oportunidade de entrar em contacto com a indústria da cerâmica e a produção em grande escala. Foi na Grestel que Irena descobriu pela primeira as lamas de cerâmica que não tem utilização e poderiam ser matérias primas para aproveitar e analisar. Neste seguimento, começaram a ser produzidas as primeiras amostras de materiais com receitas diferentes. Na primeira fase do projeto PRIMA todas com 30% de material reciclado em todos os cacos cozidos, ou a 100% quando ainda não era cozido.
No MUDMATTERS, exposto atualmente no Porto Design Bienal, o trabalho incide mais nas lamas industriais, recolhidas de instituições coma a faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e ateliers pequeninos que tem estes resíduos no dia-a-dia de trabalho. Na exposição exposta no Parque das Águas é possível ver uma série de projetos, amostras de 100% a 0%. Irena Übler convidou Mónica Santos, uma ceramista designer, para escolher uma das receitas feitas e criar copos de água, e dedicou-se profundamente à parte de pesquisa de materiais e investigação. O papel de Mónica Braga dos Santos incidiu na aplicação da receita em peças novas, todas feitas de pastas líquidas. Irena destaca a colaboração com outra cerâmista, desta vez de Ílhavo, que trabalhou esta pasta na roda do oleiro. “Estamos a ver que pastas resultam para o processo de trabalho” - realça.
O projeto futuro do PRIMA é experimentar mais materiais, sempre com o objetivo de utilizar resíduos e tentar tranforma-los. A cerâmica é o foco maior na primeira fase do projeto PRIMA, mas as portas estão abertas a outros materiais como a cortiça, o papel, mariscos, algas naturais e até a lã. A investigadora finaliza: “trabalhei muito com plásticos reciclados nos últimos cinco anos. Estou sempre na tentativa de encontrar materiais 100% reclicados que possa experimentar qual a percentagem de reciclagem possível e os materiais sustentáveis para o futuro” .
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