
Filipe Almeida Paz, investigador do CICECO e membro do Departamento de Química da Universidade de Aveiro (UA), foi galardoado com a Medalha Vicente de Seabra atribuída pela Sociedade Portuguesa de Química. Esta distinção reconhece a atividade e independência científicas do jovem investigador que tem conseguido na última década importantes contributos na área dos materiais híbridos cristalinos funcionais (do inglês, “Metal-Organic Frameworks”) e no uso de raios-X em Cristalografia Química.
“Foi com muita surpresa, mas também com muito regozijo, que soube deste reconhecimento por parte da Sociedade Portuguesa de Química pelo trabalho que tenho vindo a desenvolver na UA ao longo da última década”, congratula-se Filipe Paz. “Esta medalha tem um sabor muito especial para mim: vinda da Sociedade Portuguesa de Química acaba por ser um reflexo do que os nossos pares pensam da nossa atividade científica e, pessoalmente, acho que devemos acima de tudo reconhecer o que fazemos de bom dentro das nossas fronteiras, e que é muita coisa”.
O investigador acrescenta ainda: “partilho também esta medalha com um número muito grande de pessoas, desde colegas até alunos e técnicos. O trabalho científico, especialmente o de reconhecimento internacional, é hoje em dia essencialmente colaborativo. Tenho tido a grande fortuna de no Departamento de Química e no CICECO estar rodeado de grandes cientistas que me ajudam diariamente sempre a tentar ultrapassar a última fasquia”.
Na última década, Filipe Almeida Paz constituiu um grupo de investigação a trabalhar em vários assuntos relacionados com a preparação de materiais híbridos cristalinos baseados em química de coordenação. Refere o investigador: “é uma área de investigação fabulosa pois podemos juntar num mesmo material propriedades tanto de compostos inorgânicos como de compostos orgânicos e, muitas vezes, a sua combinação inclusive potencia novas funcionalidades. Temos explorado as áreas da fotoluminescência, catálise e até adsorção e separação de gases, muito em colaboração com outros investigadores do CICECO e do QOPNA. Neste momento estamos a entrar num novo mundo relacionado com a condutividade protónica”.
E quanto ao futuro? Filipe Paz refere que “o seu grande objectivo pessoal e do grupo que lidera é apontar para uma transposição do conhecimento destes materiais para a fabricação de dispositivos: enquanto a esmagadora maioria dos MOFs descritos na literatura possuem uma limitada robustez, o que impede muitas vezes a sua aplicação em situações reais. Os nossos materiais são muito mais robustos, tanto termicamente como mecanicamente, pelo facto de usarmos grupos fosfonato para coordenar a metais com estados de oxidação igual ou superior a três. Podemos explorar aplicações tipicamente industriais que requerem, por exemplo, temperaturas elevadas de operação e utilização”.
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