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30 Julho 2024

Sensor capaz de medir de -200ºC a 450ºC submetido a patente

Sensor capaz de medir de -200ºC a 450ºC submetido a patente

O grupo que desenvolveu a nova tecnologia é constituído por Miguel Neto, Filipe Oliveira, ambos investigadores do CICECO, tal como Rui Ramos e Silva, professor e diretor do DEMaC, e ainda por Bernardo Tavares (doutorando no DEMaC) e pelo técnico Jacinto Alves.  Miguel Neto, membro da equipa, sublinha as potencialidades do sensor: “É a primeira vez que é desenvolvido um sensor de temperatura que permite a medição, com ou sem contacto, numa gama elevada de temperaturas, desde temperaturas criogénicas (na ordem dos -200ºC) até cerca de 450ºC, em ambientes particularmente hostis. Também o método de fabrico do sensor é protegido por este pedido de patente e resulta de anos de investigação do nosso grupo.”

Dado o reduzido tamanho e o seu baixo tempo de resposta a pequenas variações de temperatura criadas pelos diferentes processos de transferência de calor, explica a equipa de investigação, estes sensores apresentam-se como a solução ideal em inúmeras aplicações. A elevada inércia química e a inerente biocompatibilidade destes sensores potenciam a sua utilização em plataformas para a imobilização de biomoléculas, deteção de reações químicas em processos onde ocorre troca de calor, em ambientes químicos e biológicos. A sua elevada robustez mecânica e resistência à radiação ionizante possibilita ainda a aplicação destes sensores na indústria mecânica, nuclear e aeroespacial.

Esta tecnologia participou no projeto de transferência e valorização do conhecimento científico UI-TRANSFER, dinamizado pela Universidade de Aveiro, Universidade de Trás-os-Montes, Universidade do Porto, TecMinho e Universidade de Coimbra. Com este projeto, a tecnologia obteve apoio para as provas de conceito, tendo prototipado a aplicação deste sensor em equipamentos de proteção individual, mais concretamente num capacete de bombeiros para o combate a incêndios estruturais, com o objetivo de aumentar a segurança dos operacionais durante os trabalhos de busca, salvamento e extinção.

Perante as inúmeras possibilidades de aplicação desta tecnologia, foram desenvolvidos contactos com empresas, tendo em vista a aplicação deste conhecimento e a utilização deste sensor em situações reais. Atualmente, uma empresa portuguesa encontra-se a testar a tecnologia, nomeadamente para a monitorização e deteção precoce de incêndios em áreas rurais e/ou florestais e em equipamentos de proteção individual. No entanto, dadas as caraterísticas deste sensor, ainda se podem antever muitas outras possibilidades e aplicações comerciais.

O grupo de investigação está atualmente a trabalhar no scale-up da tecnologia e na aplicação a outros sistemas.

Esta tecnologia foi alvo de um pedido de patente nacional, tendo-se avançado com a proteção internacional via Patent Cooperation Treaty (PCT), o Sistema Internacional de Patentes, o que permite ainda futuramente a proteção alargada desta tecnologia, em diferentes territórios.

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