Daniela Duarte, estudante do doutoramento em Bioquímica da UA, foi recentemente distinguida pela Comissão Organizadora do 10th GERMN 9th Ibero-American 7th Iberian NMR Meeting, com prémio “Best Poster Award in the Topic of Metabolomics and Small Molecules”, pelo trabalho intitulado “Saliva NMR metabolomics: sample stability during collection and application in Gestational Diabetes Mellitus”.
Prestes a terminar o doutoramento em Bioquímica, Daniela Duarte está a estudar o parto prematuro e a diabetes gestacional e as potencialidades de dois biofluidos não invasivos e de fácil colheita – a urina e a saliva – no apoio à sua previsão, diagnóstico e terapia. Para tal, explica: “têm sido utilizadas as técnicas de ressonância magnética nuclear e espetrometria de massa em conjunto com análise estatística multivariada, sendo esta área designada por olómica”.
E prossegue: “Sendo a saliva um dos biofluidos menos explorados (mas de crescente interesse) torna-se essencial perceber a sua estabilidade para que não haja degradação da amostra aquando da sua colheita num contexto clínico. Desta forma, no trabalho agora distinguido, procedeu-se a um estudo de estabilidade, tendo-se verificado quais as condições recomendadas para lidar com este biofluido no laboratório, de modo a assegurar que mantém a sua composição original. Mais ainda, pretendeu-se, pela primeira vez, mostrar a aplicabilidade deste biofluido no contexto da diabetes gestacional, e, portanto, entender o impacto de diferentes tratamentos (dieta, insulina, metformina) no metaboloma salivar da grávida.”
De acordo com a doutoranda, o contributo do seu estudo revela uma estratégia que poderá permitir reconhecer clinicamente mais cedo a diabetes gestacional e o parto prematuro, através de novos marcadores de alterações no metabolismo. “No caso da diabetes gestacional, estamos a procurar definir assinaturas metabólicas que indiquem se determinado sujeito está a responder bem à terapia ou se necessita de a adaptar/mudar - este conhecimento pode ajudar muito os médicos”, assegura.
Orientada por Ana Gil, investigadora do CICECO e docente do Departamento de Química, e por Pedro Domingues, docente do mesmo Departamento da UA, Daniela Duarte admite que esta distinção representa não só o reconhecimento do trabalho desenvolvido, mas também o caráter promissor deste biofluido. E à pergunta: o que gostaria de fazer após concluir o doutoramento? Responde: “a urina tem sido demonstrada ao longo dos anos como um biofluido promissor na previsão por exemplo de parto prematuro. Gostaria de continuar a explorar este assunto com os dois biofluidos em coortes maiores, de diferentes áreas geográficas e internacionais, de forma a fazer uma ligação entre a investigação e a clínica.”.
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