A descoberta representa um importante passo na procura de líquidos iónicos biodegradáveis e de baixa toxicidade que possam ser aplicados quer na dissolução de biomassa, quer como eletrólitos.
“Uma das maiores preocupações quando falamos da síntese de novos compostos, é o facto de estes poderem ser tóxicos e de baixa biodegradabilidade”, explica Sónia Ventura. Por isso, a investigadora do CICECO sublinha que esta nova classe de compostos derivados do ácido mandélico “foi pensada para ter um mais baixo impacto toxicológico e ainda um elevado índice de biodegradabilidade pela elevada taxa de oxigénio que contém”.
Solventes catalisadores mais verdes
Os novos líquidos iónicos foram sintetizados pelos investigadores da UA com o objetivo de serem aplicados como solventes catalisadores considerados mais verdes, exatamente pelo facto da respetiva síntese ter sido desenhada para originar compostos menos tóxicos e biodegradáveis.
“Considera-se que estes líquidos iónicos derivados do ácido mandélico, ao serem usados em reações catalíticas, serão responsáveis por reações com seletividade mais elevada e de fácil recuperação e reciclagem após reação”, aponta Sónia Ventura.
A especialista explica que um líquido iónico “é um composto químico tipicamente constituído por um anião orgânico ou inorgânico e um catião de grandes dimensões associado a uma ou mais cadeias alquílicas substituintes que podem ser curtas, longas e mesmo funcionalizadas”.
O facto dos referidos líquidos serem constituídos por um catião, um anião e uma ou mais cadeias alquílicas substituintes possibilita, por modificações estruturais, a síntese de uma larga gama destes compostos, permitindo a afinação das suas propriedades físico-químicas e biológicas.
“Pela sua diversidade estrutural esta classe de compostos apresenta uma vasta gama de interesses que está inteiramente relacionada com algumas das suas propriedades, como pressão de vapor desprezável e estabilidades química e térmica caracteristicamente elevadas, entre muitas outras”, aponta Sónia Ventura.
O trabalho dos investigadores da UA foi desenvolvido em colaboração com Nicholas Gathergood, cientista da Dublin City University.
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